Segue uma coletânea de informações sobre o Carnaval na Idade Média, para ser usado com alunos do ensino fundamental e Médio. O texto trata da Festa dos loucos.
Para garantir a expansão do Cristianismo durante os últimos séculos de existência do Império Romano e na Idade Média, a Igreja foi forçada a consentir com a prática de certos costumes pagãos. O Carnaval acabou sendo permitido, o que serviu como “válvula de escape” diante das exigências impostas aos medievos no período da Quaresma.
Na Idade Média, o Carnaval passou a ser chamado de “Festa dos Loucos”, pois o folião perdia completamente sua identidade cristã e se apegava aos costumes pagãos. Na “Festa dos Loucos”, tudo passava a ser permitido, todos os constrangimentos sociais e religiosos eram abolidos. Disfarçados com fantasias que preservavam o anonimato, os “cristãos não-convertidos” se entregavam a várias licenciosidades, que eram, geralmente, associadas à veneração aos deuses pagãos.
Promovidas pelo baixo clero, são testemunhadas desde o final do século XII até ao do século XVI. Nelas se elegia, entre os subdiáconos, e a exemplo das Saturnais e dos vários reis carnavalescos, um “dominus festi”, um soberano da festa, vulgarmente designado como “Bispo” e, por vezes, “Papa dos Loucos”, o qual assumia toda a autoridade durante o período dos festejos.
“Padres e clérigos podem ver-se usando máscaras e aparências monstruosas nas horas do ofício. Dançam no coro vestidos de mulheres, lacaios ou menestréis. Cantam canções licenciosas. Comem chouriços pretos no altar enquanto o oficiante diz a missa. Jogam aí aos dados. Incensam com um fumo fétido procedente da sola de sapatos velhos. Correm e pulam pela igreja, sem corar da sua vergonha. Viajam finalmente pela cidade e seus teatros em miseráveis carruagens e carroças; e suscitam o riso dos seus companheiros e circunstantes através de representações infames, com trejeitos indecentes e versos torpes e libertinos” .
No Carnaval medieval vivia-se uma vida ao contrário. A vida oficial – religiosa, cristã, casta, disciplinada, reservada, etc. – era trocada pela vida não-oficial – a pagã e carnal. O sagrado que regulamentava a vida das pessoas era profanado e as pessoas passavam a ver o mundo numa perspectiva carnavalesca, ou seja, liberada dos medos e da ética cristã.
É importante ressaltar que as manifestações carnavalescas da Idade Média eram fundamentalmente vividas, não meramente assistidas por um público. Por isso o Carnaval deste período não é compreendido como um espetáculo, mas antes como uma manifestação. Essa manifestação acontecia em um espaço onde era criado um segundo mundo regido pela lei da liberdade, um mundo entre a vida e a arte.
O Carnaval era uma segunda vida, baseada no riso e na festa. Nas festividades carnavalescas, as pessoas burlavam a vida oficial, com suas hierarquias, tabus, valores políticos ou morais.
ma figura que se destacava na Festa dos Loucos era o Bufão. O bufão é uma figura característica da Idade Média e início do renascimento. Não se tratava de personagens que se vestiam como artistas para fazer números. Era uma postura de vida, pessoas com grande veia cômica que assumiam este estado e continuavam a ser bufões em todas as instâncias da vida cotidiana.
Os bufões e bobos são personagens características da cultura cômica da Idade Média. Os bufões e bobos não eram atores que desempenhavam seu papel no palco. Situavam-se entre a vida e a arte A loucura no bufão era uma paródia do espírito oficial, convencional.
Na Quaresma, todos os cristãos eram convocados a penitências e à abstinência de carne por 40 dias, da quarta-feira de cinza até as vésperas da páscoa. Para compensar esse período de suplício, a Igreja fez “vistas grossas” às três noites de carnaval.
Com a chegada da Idade Moderna, a “Festa dos Loucos” se espalhou pelo mundo afora, chegando ao Brasil, ao que tudo indica, no início do século XVII. Trazido pelos portugueses, o ENTRUDO – nome dado ao carnaval no Brasil – se transformaria na maior manifestação popular do mundo e, por tabela, numa das maiores adorações aos deuses pagãos do planeta.
Referencias
Historicamente está bem legal, mas acho que você poderia ter feito comentários estabelecendo relações com o carnaval de rua atual, que a exemplo da festa dos loucos é uma festa participativa, onde se vê muita licenciosidade.
ResponderExcluirxxtentacion bro
ResponderExcluirmeu
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