terça-feira, 21 de agosto de 2012
Carnaval do Brasil
Carnaval do Brasil
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O Carnaval do Brasil é a maior festa popular do país. A festa acontece durante quatro dias (que precedem a quarta–feira de cinzas). A quarta de cinzas tem este nome devido à queima dos ramos no Domingo de Ramos do ano anterior, cujas cinzas são usadas para benzer os fiéis no início da quaresma. O Carnavalprepara o início da quaresma, isto é, seu último dia precede a quarta-feira de cinzas (início da Quaresma).
Origens brasileiras
Jogos durante o entrudo no Rio de Janeiro
Aquarela de Augustus Earle, c.1822
Comemorado em Portugal desde o século XV,[1] o entrudo foi trazido pelos portugueses para a então colônia do Brasil e em finais do século XVIII[1] era já praticado por todo o território. Consistia em brincadeiras e folguedos que variavam conforme os locais e os grupos sociais envolvidos. Com a mudança da côrte portuguesa para o Rio de Janeiro, surgiram as primeiras tentativas de civilizar a festa carnavalesca brasileira,[1] através da importação dos bailes e dos passeios mascarados parisienses, colocando o Entrudo Popular sob forte controle policial. A partir do ano de 1830, uma série de proibições vai se suceder na tentativa, sempre infrutífera, de acabar com a festa grosseira.
Em finais do século XIX, toda uma série e grupos carnavalescos ocupam as ruas do Rio de Janeiro, servindo de modelo para as diferentes folias. Nessa época, esses grupos eram chamados indiscriminadamente de cordões, ranchos ou blocos. Em 1890, Chiquinha Gonzaga compôs a primeira música especificamente para o Carnaval, "Ô Abre Alas!". A música havia sido composta para o cordão Rosas de Ouro que desfilava pelas ruas do Rio de Janeiro durante o carnaval. Os foliões costumavam frequentar os bailes fantasiados, usando máscaras e disfarces inspirados nos baile de máscaras parisienses. As fantasias mais tradicionais e usadas até hoje são as de Pierrot, Arlequim e Colombina, originárias da commedia dell'arte.
Atualmente, no Rio de Janeiro e em várias grandes e pequenas cidades, as escolas de samba fazem desfiles organizados, verdadeiras disputas para a eleição da melhor escola do ano segundo uma série de quesitos. Com o crescimento vertiginoso dessas agremiações o processo de criação se especializou gerando muitos empregos concentrados, principalmente, nos chamados barracões das escolas de samba.
O desfile mais tradicional acontece no Rio de Janeiro, na Passarela do Samba, Marquês de Sapucai, como é chamado o sambódromo carioca, primeiro a ser construído no Brasil. Outros desfiles importantes ocorrem em Uruguaiana, Porto Alegre, Florianópolis, Manaus e em Vitória.
Recentemente o desfile das escolas de samba de São Paulo adquiriu relevância ao passar a ser transmitido pela Rede Globo para todo o país, exceto no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde a RBS TV, afiliada da Globo nos dois estados, transmite os desfiles do grupo especial de Porto Alegre, que ocorre em dois dias (sexta e sabado de carnaval), e Florianópolis (no sabado de carnaval). Além dos desfiles das escolas de samba acontecem também os desfiles deblocos e bandas, grupo de pessoas que saem desfilando pelas ruas das cidades para se divertir, sem competição. Também existem os bailes de carnaval, realizados em clubes, ou em áreas públicas abertas, com execução de músicas carnavalescas.
O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do maracatu.
Carro abre-alas da Gaviões da Fiel.
Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.
Indústria do carnaval
Indústria do carnaval é o nome dado ao conjunto de atividade para produção de fantasias, adereços, materiais para os carros alegóricos. São na maioria empregos informais para milhares de costureiras.[carece de fontes?]
São atividades que, segundo dados de 1997, movimenta anualmente cerca de 13 bilhões de reais e gera mais de 300 mil empregos. Só as escolas de samba do grupo especial gastam cerca de 100 milhões de reais em matérias primas — sem contar salários e serviços — para pôr seu enredo na avenida.
O CARNAVAL NA IDADE MÉDIA – A FESTA DOS LOUCOS
Segue uma coletânea de informações sobre o Carnaval na Idade Média, para ser usado com alunos do ensino fundamental e Médio. O texto trata da Festa dos loucos.
Para garantir a expansão do Cristianismo durante os últimos séculos de existência do Império Romano e na Idade Média, a Igreja foi forçada a consentir com a prática de certos costumes pagãos. O Carnaval acabou sendo permitido, o que serviu como “válvula de escape” diante das exigências impostas aos medievos no período da Quaresma.
Na Idade Média, o Carnaval passou a ser chamado de “Festa dos Loucos”, pois o folião perdia completamente sua identidade cristã e se apegava aos costumes pagãos. Na “Festa dos Loucos”, tudo passava a ser permitido, todos os constrangimentos sociais e religiosos eram abolidos. Disfarçados com fantasias que preservavam o anonimato, os “cristãos não-convertidos” se entregavam a várias licenciosidades, que eram, geralmente, associadas à veneração aos deuses pagãos.
Promovidas pelo baixo clero, são testemunhadas desde o final do século XII até ao do século XVI. Nelas se elegia, entre os subdiáconos, e a exemplo das Saturnais e dos vários reis carnavalescos, um “dominus festi”, um soberano da festa, vulgarmente designado como “Bispo” e, por vezes, “Papa dos Loucos”, o qual assumia toda a autoridade durante o período dos festejos.
“Padres e clérigos podem ver-se usando máscaras e aparências monstruosas nas horas do ofício. Dançam no coro vestidos de mulheres, lacaios ou menestréis. Cantam canções licenciosas. Comem chouriços pretos no altar enquanto o oficiante diz a missa. Jogam aí aos dados. Incensam com um fumo fétido procedente da sola de sapatos velhos. Correm e pulam pela igreja, sem corar da sua vergonha. Viajam finalmente pela cidade e seus teatros em miseráveis carruagens e carroças; e suscitam o riso dos seus companheiros e circunstantes através de representações infames, com trejeitos indecentes e versos torpes e libertinos” .
No Carnaval medieval vivia-se uma vida ao contrário. A vida oficial – religiosa, cristã, casta, disciplinada, reservada, etc. – era trocada pela vida não-oficial – a pagã e carnal. O sagrado que regulamentava a vida das pessoas era profanado e as pessoas passavam a ver o mundo numa perspectiva carnavalesca, ou seja, liberada dos medos e da ética cristã.
É importante ressaltar que as manifestações carnavalescas da Idade Média eram fundamentalmente vividas, não meramente assistidas por um público. Por isso o Carnaval deste período não é compreendido como um espetáculo, mas antes como uma manifestação. Essa manifestação acontecia em um espaço onde era criado um segundo mundo regido pela lei da liberdade, um mundo entre a vida e a arte.
O Carnaval era uma segunda vida, baseada no riso e na festa. Nas festividades carnavalescas, as pessoas burlavam a vida oficial, com suas hierarquias, tabus, valores políticos ou morais.
ma figura que se destacava na Festa dos Loucos era o Bufão. O bufão é uma figura característica da Idade Média e início do renascimento. Não se tratava de personagens que se vestiam como artistas para fazer números. Era uma postura de vida, pessoas com grande veia cômica que assumiam este estado e continuavam a ser bufões em todas as instâncias da vida cotidiana.
Os bufões e bobos são personagens características da cultura cômica da Idade Média. Os bufões e bobos não eram atores que desempenhavam seu papel no palco. Situavam-se entre a vida e a arte A loucura no bufão era uma paródia do espírito oficial, convencional.
Na Quaresma, todos os cristãos eram convocados a penitências e à abstinência de carne por 40 dias, da quarta-feira de cinza até as vésperas da páscoa. Para compensar esse período de suplício, a Igreja fez “vistas grossas” às três noites de carnaval.
Com a chegada da Idade Moderna, a “Festa dos Loucos” se espalhou pelo mundo afora, chegando ao Brasil, ao que tudo indica, no início do século XVII. Trazido pelos portugueses, o ENTRUDO – nome dado ao carnaval no Brasil – se transformaria na maior manifestação popular do mundo e, por tabela, numa das maiores adorações aos deuses pagãos do planeta.
Referencias
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